Semana passada um homem foi flagrado se masturbando no Centro, também importunava mulheres com toques maliciosos em seus corpos. A excrescência só acabou quando chegou uma guarnição da Brigada Militar, consta que conduziram o cidadão até uma Delegacia de Polícia, onde foi ouvido e liberado. De volta às ruas, ele foi fazer as mesmas sandices, porém em outro ponto do Centro, igualmente nas imediações de uma escola. A história tem contornos de surrealidade, mas infelizmente foi ocorreu aqui na cidade, bem perto de algumas pessoas de vergonha na cara que praticavam deslocamentos para realizar suas atividades diárias.
Algumas semanas atrás me ocorreu algo estranho. Devido a uma desatenção saí de casa com uma camiseta virada ao avesso, só fui perceber quando estava dentro de uma loja, numa fila, à espera de minha vez para pagar uma conta. Quando percebi que a camiseta estava virada fui tomado por um súbito sentimento de vergonha. Então um senhor educado que estava atrás de mim, percebendo que eu estava todo sem jeito perguntou: “Por que não vai no provador desvirar? Eu guardo o lugar na fila pra ti”. Eu então fui, voltei todo aliviado e agradeci aquele homem.
Às vezes fico intrigado pelo fato de muitas pessoas não terem um pingo de vergonha na cara. O episódio da masturbação no Centro não foi o primeiro, tampouco será o último. Me recordo de outra situação insólita ocorrido nas cercanias de uma escola da zona norte da cidade no final dos anos oitenta, onde um sujeito foi visto se masturbando entre as folhas de arbustos enquanto olhava para estudantes adolescentes que jogavam voleibol. À época o assunto foi muito discutido na cidade, quando ainda não havia o advento da internet.
Não apenas por causa da violência nas ruas, nem só em função das drogas cada vez mais acessíveis; então quer dizer que agora os pais de meninas deverão acompanhá-las na entrada e na saída das escolas por medo de tarados doentios que mostram suas genitálias a céu aberto para todo mundo ver? Que retrocesso primitivo é esse?
Daqui a pouco vão propor um mergulho no túnel do tempo e adotar a tática dos tempos das cavernas, quando alguns seres brutos saíam de casa com um porrete para caçar mulheres e às levarem de arrasto para seus lares.
Se a pessoa está doente ela precisa ser medicada e estar sendo permanentemente assistida, até para que não ocorra algo pior. A conta do absurdo não pode ser paga por quem não tem absolutamente nada a ver com a falta de escrúpulos alheios.
Momentos de vergonha, outra vez
