Sua majestade, o porco

Enquanto professor de OSPB (Organização Social e Política Brasileira) e EPB ( Estudos dos Problemas Brasileiros) no ensino médio e na faculdade, respectivamente, discutíamos naquela época política como ciência, como arte, como um dever cívico necessário e indispensável para o desenvolvimento crítico do cidadão e na formação de uma sociedade próspera e mais justa.
Eu acreditava nessa construção, empenhei esforços para que os meus alunos acreditassem que só assim teríamos, no futuro, políticos mais comprometidos com um Brasil melhor.
Não havia ilusões, eram convicções. O futuro, que já chegou, seria construído no ritmo e na direção das escolhas politicas que iriamos fazer. Mas confesso, a ilusão estava em achar que as minhas aulas mudaria o mundo. No entanto e, pretensiosamente sei que o mundo mudou e para melhor, para muitos daqueles alunos.
Passaram se os anos e, como esperado, as pessoas mudaram, o Brasil mudou. Mudamos com que velocidade e em que direção? Fomos agentes ativos, dessas mudanças? Os resultados, hoje, são os que esperávamos? O que vemos hoje é promissor para um futuro melhor?
Devo confessar que já fui mais otimista. Se não tivessem retirado do currículo escolar as disciplinas de OSPB e EPB o Brasil talvez não tivesse escolhido como presidente um homem que já ocupou o cargo por dois mandatos, sem brilhantismo, e o que é pior com uma extensa ficha criminal. Cachoeira fez o mesmo, colocou a frente do executivo um político decadente, desprestigiados e com acusações de comportamentos nada republicanos e distantes dos princípios da moral e dos bons costumes defendidos pela sociedade.
A sociedade está ficando confusa, por conta de uma nova espécie de políticos, os que banalizam o crime. Ideais que sempre foram valorizados pela sociedade hoje são desprezados e até ridicularizados, justamente pelos ocupantes dos principais cargos públicos, muitos deles eleitos com o nosso voto.
Sem saber o que é certo ou errado e em quem mais acreditar o eleitor acaba cedendo aos discursos fáceis de governos demagogos. Eles perderam a vergonha e nós o respeito. Acreditem nada disso é por acaso. O caos social é o ambiente ideal para a proliferação desse tipo de políticos.

Os exemplos estão por toda parte, certamente precisaríamos de uma coleção de livros só para citar os nomes de políticos, atualmente ocupando cargos públicos, envolvidos em escândalos de corrupção e gestão fraudulenta.
O Ex. Deputado Federal, Juscelino Filho (União-MA) mantem em sua fazenda, no interior do Maranhão, funcionários pagos com dinheiro do seu gabinete, ainda assim o criminoso foi agraciado com o cargo de ministro das comunicações do atual governo.
José Otávio Germanos elegeu-se, com o voto popular, prefeito municipal, mesmo carregando um caminhão de processos, como suspeito de crimes cometidos enquanto Deputado Federal. Os escândalos que estamos assistindo e que por óbvio, vão continuar acontecendo na prefeitura de Cachoeira do Sul não deveria ser surpresa para ninguém.
Os exemplos acima, infelizmente, não são exceções em nosso país. Nós eleitores, através do voto, precisamos rever nossas escolhas ou o caos vais se estabelecer definitivamente junto aos poderes constituídos, pela simples razão, segundo Voltaire, quando um porco entra num palácio, ele não se trona majestade, o palácio é que se torna um chiqueiro.
Uma ótima semana a todos.
Abraços

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