Você editor

Eu estava num laboratório de informática da Ulbra/Cachoeira no segundo semestre de 2007 quando um colega me avisou através de um chat que um amigo em comum acabara de falecer na cidade, vítima de um intarto fulminante. Detalhe: esse colega estava em Novo Hamburgo. Distante da cidade natal, ficou sabendo antes de mim um triste fato ocorrido na cidade, via internet. Imediatamente, me peguei a refletir sobre os grandes avanços que a rede mundial dos computadores experimentou nos últimos anos e o quanto ela impactou a imprensa tradicional. O processo de democratização dos mecanismos de comunicação social através da internet levou vários veículos à falência, outros ainda sobrevivem a duras penas graças ao incremento orçamentário oriundo de verbas dos cofres públicos.
Até as maiores empresas de comunicação sentem na pele os novos tempos, tendo que cortar da própria carne ao dispensar seus melhores profissionais e aliviar o peso financeiro. Boa parte desses profissionais está se inserindo justamente na comunicação via internet. Alguns inclusive nem esperaram a demissão, saíram antes da embarcação afundar para trabalhar de forma independente através da WEB, onde não carregam a pressão por ter que defender obrigatoriamente algo em que às vezes nem acreditam.
A internet é um incômodo maior justamente porque a informação se torna mais democrática, não por causa da produção textual de notícias falsas. Aqueles tempos onde se decidia o que o povo devia saber e o que precisava ser ocultado hoje é um mero retrato na parede, nada mais do que isso. Com a possibilidade de promover o confrontamento de fontes diversas via toque na tela com as pontas dos dedos os leitores se transformaram em seus próprios editores.

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