Me recordo de ter assistido vários anos atrás um programa de TV sobre acidentes de trânsito no Brasil, uma equipe de repórteres percorreu rodovias do Brasil inteiro registrando o enorme rastro de morticínio que nas últimas décadas abateu-se sobre elas. São milhares de pessoas que perdem a vida anualmente devido aos acidentes causados devido à imperícia humana, a grande maioria delas são inocentes que sequer têm tempo de pensar, por vezes um intervalo de menos de um segundo é suficiente para interromper de forma abrupta a trajetória de muitas vidas. Esse tipo de violência também está presente no cotidiano das cidades. Resido na Rua Aparício Borges, próximo ao cruzamento com a Araújo Porto Alegre; ali já ocorreram várias mortes, todas elas anteriormente à construção de um quebra-molas por parte da Prefeitura. O mais grave deles pôs fim a vida de três pessoas de uma mesma família no final de uma noite anos atrás, consta que pretendiam ir até o Hospital de Caridade e Beneficência, mas o carro em que vinham pela Araújo Porto Alegre desde o Bairro Ponche Verde foi atingido por outro automóvel que circulava via Aparício Borges, que possui a preferência em toda sua extensão. Foi um acidente impactante, e muito triste.
Me reporto novamente sobre esse assunto porque estamos em meio a um feriado prolongado, já é uma tradição ao final deles os veículos de comunicação trazerem à tona essa triste “pauta de gaveta”: quantas pessoas morreram durante feriadão? Com mais veículos em deslocamento no caótico trânsito nosso de cada dia chegamos à indução de que uma quantidade maior de pessoas morrerão, é preciso apurar os números da vez.
O programa telejornalístico ao qual me referi acima terminava com uma canção da Tina Turner:”Help”. Um pedido de socorro que se renova todos os dias, e fica mais latente por ocasião dos feriados prolongados, quando milhões de brasileiros tomam as estradas com a intenção de matar a saudade, alegria que acaba se transformando numa dolorosa tristeza em vários casos.
Você que costuma ler meus textos e está viajando: que tal ir mais devagar e ficar mais atento? Sua partida repentina levaria muitas pessoas às lágrimas, elas lhe amam.
O eterno grito de socorro: até quando?
