Do encolhimento populacional à queda de recursos

O Censo do IBGE chegou com dois anos de atraso. É através desse mapeamento científico que o poder público traça suas estratégias de investimentos. Assim como em décadas passadas, foi amplamente divulgada a importância de responder aos questionamentos, recebendo com gentileza os recenseadores em casa. Já tem alguns anos que Cachoeira do Sul encolhe no número de habitantes, o gráfico do descenso aponta isso de forma muito clara. Nessa edição a planilha sugere que somos menos de oitenta mil habitantes, o que vai impactar na diminuição de recursos financeiros injetados pelo poder público. Então surge um clamor, daí se volta contra a pesquisa antes dita como essencial. Governos procuram as instâncias cabíveis numa tentativa de reversão, ninguém quer perder dinheiro, ainda mais em época de grande escassez de recursos para investimento em obras.
Em primeiro lugar é preciso lamentar a saída de cachoeirenses para outros pólos de trabalho por necessidade, a contragosto. O que foi feito nas últimas décadas para manter as pessoas na cidade em termos de industrialização? Muito pouco. Dessa forma, milhares de pessoas resolveram tentar a sorte em outras cidades. Alguns anos atrás encontrei um sujeito que prestou o serviço militar obrigatório comigo, se radicou em Porto Alegre. Provoquei para saber de uma eventual volta à cidade, ao que me respondeu que nem após a aposentadoria pretende regressar.
Obviamente, não se está dizendo que Cachoeira do Sul é o fim do mundo, mas se faz necessária a reflexão sobre esse movimento de partidas que respinga na diminuição do repasse de verbas aos municípios, uma hora a conta chega.
Faz-se necessário uma conjunção de esforços para que possa ocorrer uma ruptura nesse gráfico de perda de habitantes, não podemos continuar em queda livre. A conquista de um campus da UFSM foi uma prova inequívoca de que quando convergirmos para a mesma direção as coisas se tornam mais fáceis de se concretizarem.
A cidade precisa se tornar mais atrativa para investimentos de grande porte, preferencialmente plantas industriais. Não podemos mais assistir passivamente a cada Censo perceber que cada vez estamos num número menor por conta da falta de oportunidades que são encontradas longe daqui. A falta de investimentos custa caro, por mais paradoxal que isso possa soar à luz da ignorância humana.

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