Você já viu uma pessoa em crise de abstinência?
É horrível! Dolorido! Triste para todos.
Eu já vi, alguns. E ao contrário do que muitos pensam, eu já vi até mesmo crianças em crises de abstinência.
E não é de bebida. Nem de droga.
É do vício em eletrônico. E é feio.
Se engana quem pensa que o uso desenfreado de eletrônicos, como celular e tablet, não causam danos nocivos a saúde e ao organismo das crianças. Além de problemas de coluna, de visão e atrasos na motricidade fina e ampla, o uso de eletrônicos afeta diretamente a formação cerebral e a cognição (inteligência) dos cérebros em desenvolvimento.
É a primeira vez, depois de vários anos de pesquisas, que o índice de QI das crianças é o menor do que o da geração anterior.
Ou seja: nossas crianças estão “emburrecendo”!
Já conheci crianças que tiveram crises intensas por estar por apenas algumas horas longe de seus eletrônicos, como também já vi outras que não tinham nenhum outro assunto se não for seus “games”.
Crises brabas. De bater a cabeça na parede. Arranhar os braços. Empurrar os pais. Gritar. Chorar em desespero. E até mesmo ter delírios. E não se engane que é “falta de laço”, isso é crise de abstinência.
O uso de eletrônicos causam vício no cérebro tão parecido quanto a cocaína.
Ainda nessa semana, virou notícia um jovem que entrou em um escola com uma arma e assassinou 4 pessoas, além de dezenas de feridos. É impossível não pensar na relação que isto tem com os jogos online.
Crianças que não sabem mais andar de bicicleta, que não conseguem escrever com letra cursiva e que caem o tempo todo. Crianças que não tem mais o gosto pela infância.
Um dia um paciente estava tão feliz em um jogo de tabuleiro que me olhou e disse: “isso nem parece vida real”.
Criança com crise de ansiedade. Com pensamentos depressivos. Com ansiedade de separação. Com pensamentos agitados e que não sabem lidar com tédio. Criança com atraso de fala. Com dificuldade em socializar. Criança que não consegue se alfabetizar. Criança que não respeita os adultos.
Crianças que não conseguem mais ir na escola ou que não vêem graça em mais nada além do que é virtual.
Infância triste.
Infância vazia.
Infância falsa.
E se engana quem acredita que a culpa é dos eletrônicos, a culpa queridos leitores é dos pais, que transferiram a responsabilidade paterna para um pedaço de metal e plástico.
Mas será que existe como fugir dessa realidade, que todos tem acesso ao celular e a internet? Gosto de pensar que pai bom é pai chato. É pai antiquado. Pai bom é aquele que uma hora ou outra sabe a importância de frustrar o filho. O mundo não é uma Disney e ele precisa saber disso.
Cada casa é uma sociedade em si. Cabe aos gestores dessa, saber quais são as regras da sua casa e seus princípios.
A culpa não é da tecnologia é nossa.
Geração Z(umbi)
