Andou na prancha… | Psicóloga Taramis Sartório

Gosto de fazer faxina escutando música.
A sujeira vai saindo juntamente com a batida da música. E a música vai silenciando os pensamentos que pipocam na cabeça da pessoa ansiosa.
Confesso, odeio a prática de fazer faxina, mas como é uma mau necessário, ao menos podemos juntá-lo com uma prática prazerosa.
Um verdadeiro show com balde, vassoura e pano se forma. E assim a casa vai ficando um pouco mais habitável… E cheirosa.
Mas o assunto é que, queria perguntar para vocês… Vocês tem acompanhado as músicas mais tocadas “do momento”?
Eu sou da época da Dancinha da garrafa e da Banheiro do Gugu, nascida nos anos 90, achei que nada poderia me assustar em questão de exposição sexual midiática. Mas fui plenamente enganada.
Eu tenho minhas preferidas no Spotify, ou coloco uma rádio conhecida na hora da faxina, mas nessa manhã, quis me “atualizar” e coloquei no aplicativo “50 mais tocadas no Brasil” e entre um sertanejo (que eu adoro) e um pagode (que eu amo) começou a tocar “andou na prancha…” Pensei, tá mas essa é muito antiga… E logo mudou o ritmo da música… E foi ladeira abaixo. O que na época do É o Tchan era escondido nas entrelinhas, hoje é completamente explícito. Sério, é sexo puro. Senta aqui, puxa ali, um KamaSutra em forma de Podcast.
O mais assustador disso é que me dei conta que essa mesma música que está em micro vídeos no Tiktok, onde é dançado por crianças… SIM CRIANÇAS!
Cuidem, caros leitores, nos próximos aniversários infantis, o ritmo e a letra das músicas. Quando fui no parque no DIA DAS CRIANÇAS, era essa a playlist do parque.
Algumas mães orgulhosas ainda expõem seus filhos dançando funk, rebolando, sentando, e sei lá mais o quê. Devo estar ficando muito, muito velha, mas eu acho isso o fim do fim.
Obviamente a geração é influenciada pelos “tiktokers” ou “Instagramers” que ganham milhões por dançarem tais músicas (que são muitas) nas suas contas digitais. Mas os mais culpados somos nós que deixamos os mais jovens consumirem e naturalizarem este conteúdo.
Eu não sei se estou muito, muito velha. Mas esse conteúdo não entra na minha casa.

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