A gratidão e o tempo

Em meados de dezembro de 1986 eu concluía o segundo ano do ensino fundamental, àquela época trocávamos presentes às vésperas do Natal, o “Amigo Secreto” é uma dessas convenções de final de ano que denota o calor emocional que deveria nos acompanhar durante toda a existência. Me recordo até hoje, após o encerramento do ato uma coleguinha e sua mãe se dirigiram até a mim, com um presente nas mãos ela e eu escutamos a querida senhora dizer: “Ela não te tirou no amigo-secreto, mas gostaria muito de te presentear”. Eram tempos difíceis, provavelmente nas vestes eu denotava isso. Me recordo da grande alegria diante das duas quando abri o pacote e a caixa dentro dele, da loja Riachuelo veio uma camiseta manga curta, às vésperas do verão. Vejam o tempo que faz, eu jamais esqueci daquele significativo gesto humanitário que me marcou. Sou grato a vários acontecimentos em minha vida, trago na memória todas as gentilezas a mim ofertadas. Não esqueço. Modéstia à parte tenho uma grande gratidão por tudo aquilo que me ocorre de bom, é algo que sempre esteve intrínseco no meu ser. A foto que excepcionalmente hoje ilustra minha coluna foi feita em 1991, com a camiseta que havia ganhado cinco anos antes; ela ilustrou meu primeiro registo geral, a chamada “Identidade”.
Obrigado a vocês que me leem há vários anos, se sou grato até às dificuldades que me cercam seria uma blasfêmia renegar ao círculo da benevolência que sempre me cercou, graças a Deus.

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