AS ÁGUAS DO SEM FIM

Moro no trecho da Rua Aparício Borges que fica completamente alagado em dias de chuvas intensas, prolongamento localizado entre Ricardo Schaurich e Araújo Porto-Alegre. Como a via é uma das mais movimentadas do perímetro urbano, a grande maioria dos cachoeirenses conhece o problema. Sou morador antigo, nos meus tempos de criança recordo que nem canalização pluvial por aqui existia, mini pontes de madeira permitia o acesso às casas numa época em que costumávamos dizer que a Prefeitura esquecia de nós. O crescimento da zona norte da cidade exigiu que o poder público melhorias nas condições da via, foi quando ela foi calçada e recebesse canalização em seus dois lados. Os alagamentos já vem desse tempo, se engana quem imagina que o problema seja causado pelo asfaltamento; no máximo ele potencializou uma velocidade mais rápida para o acúmulo de água, devido à impermeabilização.
Ao longo dos anos chama a atenção a inércia da Prefeitura em relação essa demanda. Não me refiro apenas à gestão atual, mas ela faz parte desse descaso. Inclusive me recordo daquela eleição que o PT venceu, durante a propaganda eleitoral usaram imagem desse flagelo para criticar o então governo em curso; eleitos, não fizeram absolutamente nada para resolver o problema que denunciaram apenas para se promover diante da desgraça. A propósito, alguém sabe me responder se melhorou o fluxo d’água no Centro após aquela força-tarefa que incluiu até remoção das pedras na chamada “subida dos bancos”? Surtiu algum efeito?
São vários os problemas de infraestrutura urbana, ao destacar o alagamento histórico da Aparício elenco apenas um deles. A periferia, principalmente, agoniza: parece que ficam mendigando à espera de um favor. Quando cidadãos procuram diretamente o Ministério Público para intervir em demandas essenciais para a sobrevivência humana com o mínimo de dignidade é porque a política fracassou, nem todo mundo pula etapas a bel prazer. Se cobram conservação dos passeios públicos e piso tátil precisam fazer valer a liberdade do ir e vir mesmo durante as intempéries, é um direito constitucional assegurado aos cidadãos contribuintes.

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