Janeiro é época de férias, de passeios com a família, de observar melhor os detalhes das coisas que estão à nossa volta. Quantas surpresas nos esperam diante de um olhar mais apurado?
Seguidamente alguém questiona sobre a imagem de Nossa Senhora no frontão da Catedral. Sobre ser ela a Conceição ou a Senhora das Graças… Alguns estranham estar ela colorida, pois se acostumaram com a imagem branca da vida toda.
Há cerca de quatro anos, quando foi concluída a pintura externa da Catedral Nossa Senhora da Conceição e a imagem da santa recebeu as cores que no nosso imaginário nunca teve, muitos ficaram surpresos. Impactados pelo manto azul que Nossa Senhora passou a ostentar, alguns relembraram da velha canção religiosa: “Azul é teu manto, branco é teu véu/Mãezinha, eu quero te ver lá no céu”.
A colorização da imagem causou estranheza, porque as últimas gerações se acostumaram com a sua monocromia, julgando ser a pintura que ressalta o manto azul uma grande novidade! Mas como a história é capaz de mostrar com suas provas materiais aquilo que não parece fazer parte da realidade, curiosamente, uma foto datada de 1º de junho de 1944, localizada entre uma coleção de fotografias que pertenceu a Emília Xavier Gaspary, ainda que em preto e branco, sugere que Nossa Senhora já ostentou as cores que consagraram sua imagem! Então, o que parecia ser novidade, na verdade pode não ser!
A imagem de Nossa Senhora foi assentada no frontão em 1929, ocasião da grande reforma externa do templo. Os questionamentos que surgem são os seguintes: seria a imagem de Nossa Senhora originalmente colorida? Ou teria sido pintada mais tarde? Para estas perguntas ainda não foram encontradas respostas definitivas. O fato é que o que observamos hoje como inovação pode muito bem ser uma repetição de um padrão do passado. E tudo isto graças à fotografia, uma grande aliada da história!
Mirian R. M. Ritzel
Jan. 2022
Publicado originalmente no blog http://www.historiadecachoeiradosul.blogspot.com.br
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